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Caipira pitando. Almeida Júnior, 1895
Um belo dia, sem mais nem menos, o sócio de Bastião em uma mercearia no interior de Minas caiu morto. Arzira, a esposa de Bastião, ficou sabendo da notícia e correu para a mercearia.– É verdade, Bastião, que seu sócio morreu?– É sim muié, ele partiu dessa pra mió. O enterro é amanhã.– Intão, cê podia colocá minha mãe no lugar dele, não?– Pra mim tá tudo certo, sô. É só ocê falá com o coveiro.
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Zeca estava doente há algum tempo. Sua esposa ficava à cabeceira dele, dia e noite. Até que um dia ele acorda, faz um sinal para a mulher para se aproximar e sussurra-lhe:— Olha, durante todos estes anos você esteve ao meu lado. Quando fui demitido, você ficou comigo. Quando a minha empresa faliu, só você me apoiou. Quando perdemos o sítio, você ficou perto de mim. E desde que fiquei com todos estes problemas de saúde, você nunca me abandonou. Sabe de uma coisa?Os olhos da mulher encheram-se de lágrimas:—Diz, amor...—Acho que você me dá azar.
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Zeca estava doente há algum tempo. Sua esposa ficava à cabeceira dele, dia e noite. Até que um dia ele acorda, faz um sinal para a mulher para se aproximar e sussurra-lhe:— Olha, durante todos estes anos você esteve ao meu lado. Quando fui demitido, você ficou comigo. Quando a minha empresa faliu, só você me apoiou. Quando perdemos o sítio, você ficou perto de mim. E desde que fiquei com todos estes problemas de saúde, você nunca me abandonou. Sabe de uma coisa?Os olhos da mulher encheram-se de lágrimas:—Diz, amor...—Acho que você me dá azar.
O mineiro velhinho está à beira da morte. Ao lhe ministrar a extrema unção, o padre diz:— Meu filho, para você poder descansar em paz, você deve reafirmar sua fé em Cristo e renegar o demônio. Repita comigo: "Eu te renego, satanás".O velhinho olha para o padre, mas fica calado.— Vamos, meu filho, repita comigo: "Eu te renego, satanás".O velhinho continua calado. E o padre:— Por que você não quer renegar o demônio?O velhinho olha para o sacerdote e, com voz trêmula, murmura:— Olha seu padre, enquanto eu não souber para onde eu vou, não quero me comprometer com ninguém!
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O caboclo no leito de morte tem uma conversa final com a sua companheira de toda a vida:— Muié, pode falá sem medo... Já vou morrê memo e prefiro sabê tudim direitim... Ocê arguma vez traiu eu?— Ô Zé, num é hora de falá dessas coisa...— Mai quero sabê, ora!— Queto, Zé...Depois de muita insistência dele, ela diz:— Tá bão Zé, vô contá, mas num fica nervoso, tá bão?— Pó contá.— Ói Zé, traí sim, mais só foi treis veiz. A primera foi quando ocê foi demitido porque ocê brigô co chefe.— Ué, mas eu fui adimitido de novo.— Pois é, Zé... Eu fui lá cunversá cum ele... E ele ti contratô di vorta.— Ah, muié, ocê foi muito boa cumigo! Essa traição num dá nem pra levá a mar, foi pela necessidade da nossa famía... tá perdoada. E a segunda?— Lembra quando ocê foi preso mode aquele banzé que ocê aprontô na venda?— Lembro muié, mas num fiquei nem meio dia na cadeia.— Pois é, Zé... Eu fui lá cunversá com o delegado... e ele te sortô.— Ê-ê muié, isso nem conta também não, a causa foi justa... imagina ficá preso. Ocê nem me traiu, foi pela nossa famía e pela minha liberdade, uai. E a úrtima?— Lembra quando ocê si candidatô pra vereadô?— Lembro, muié...quase me elegero.— Pois é, Zé... Fui eu que consegui seus 175 voto.
*************************Uma senhora recentemente enviuvada vai ao jornal da cidade para publicar uma nota de falecimento do marido. Ela pede ao atendente:— O senhor pode escrever: 'o Zéfiro morreu'.— Só isso? Pergunta o atendente. É muito pouco. A senhora precisa dizer mais alguma coisa...— Não, é só isso.O atendente percebeu que a senhora estava preocupada com o custo do anúncio. Penalizado, ele diz:— Olha, a senhora pode adicionar mais algumas palavras, não vai pagar nada por isso.— Então põe aí: 'o Zéfiro morreu. Vende-se um Opala 82'.
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O caboclo no leito de morte tem uma conversa final com a sua companheira de toda a vida:— Muié, pode falá sem medo... Já vou morrê memo e prefiro sabê tudim direitim... Ocê arguma vez traiu eu?— Ô Zé, num é hora de falá dessas coisa...— Mai quero sabê, ora!— Queto, Zé...Depois de muita insistência dele, ela diz:— Tá bão Zé, vô contá, mas num fica nervoso, tá bão?— Pó contá.— Ói Zé, traí sim, mais só foi treis veiz. A primera foi quando ocê foi demitido porque ocê brigô co chefe.— Ué, mas eu fui adimitido de novo.— Pois é, Zé... Eu fui lá cunversá cum ele... E ele ti contratô di vorta.— Ah, muié, ocê foi muito boa cumigo! Essa traição num dá nem pra levá a mar, foi pela necessidade da nossa famía... tá perdoada. E a segunda?— Lembra quando ocê foi preso mode aquele banzé que ocê aprontô na venda?— Lembro muié, mas num fiquei nem meio dia na cadeia.— Pois é, Zé... Eu fui lá cunversá com o delegado... e ele te sortô.— Ê-ê muié, isso nem conta também não, a causa foi justa... imagina ficá preso. Ocê nem me traiu, foi pela nossa famía e pela minha liberdade, uai. E a úrtima?— Lembra quando ocê si candidatô pra vereadô?— Lembro, muié...quase me elegero.— Pois é, Zé... Fui eu que consegui seus 175 voto.
*************************Uma senhora recentemente enviuvada vai ao jornal da cidade para publicar uma nota de falecimento do marido. Ela pede ao atendente:— O senhor pode escrever: 'o Zéfiro morreu'.— Só isso? Pergunta o atendente. É muito pouco. A senhora precisa dizer mais alguma coisa...— Não, é só isso.O atendente percebeu que a senhora estava preocupada com o custo do anúncio. Penalizado, ele diz:— Olha, a senhora pode adicionar mais algumas palavras, não vai pagar nada por isso.— Então põe aí: 'o Zéfiro morreu. Vende-se um Opala 82'.
— Alô, Seu Carlos? Aqui é o Uóshito, caseiro do sítio.— Pois não, Seu Washington. Que posso fazer pelo senhor? Houve algum problema?— Ah, eu só tô ligano para avisá pro sinhô que o seu gato morreu.— Meu gato? Morreu?— Isso mesmo.— Puxa, que desgraça! Gastei uma pequena fortuna com aquele bicho! Mas...ele morreu de quê?— De comê carne estragada.— Carne estragada? Quem fez essa maldade? Quem deu carne para ele?— Ninguém. Ele comeu a carne dum cavalo morto.— Cavalo morto? Que cavalo morto, seu Washington?— Aquele puro-sangue que o sinhô tinha. Ele morreu de tanto se esforça com a carroça dágua.— Carroça? Que carroça?— Pra apagá o incêndio.— Mas que incêndio, meu Deus?— Na sua casa. Uma vela caiu, aí pegô fogo nas curtina.— Caramba, mas aí tem luz elétrica! Que vela era essa?— Do velório.— De quem?— Da sua mãe. Ela apareceu aqui sem avisá e eu dei um tiro nela pensando que fosse ladrão!— Meu Deus, que tragédia!— Peraí sô Carlos, o sinhô num vai chorar por causa dum gato, vai?
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