O Google acaba de concluir o seu mais ambicioso projeto. Com ele, um computador é capaz de fazer pesquisas complexas e precisas apenas com comandos verbais. O chefe do projeto faz uma pergunta:— Onde está o meu pai?O computador dá a resposta imediatamente:— O seu pai está pescando no Pantanal.O chefe do projeto ficou arrasado. Depois de tantos anos de pesquisa e trabalho, a primeira resposta do computador está errada. Ele diz ao seu assistente:— Meu pai morreu há 10 anos. A pergunta era uma armadilha.Alguém da equipe sugere:— Que tal formular a pergunta de outro jeito? Talvez o computador tenha feito uma interpretação errada.O chefe do projeto refaz a pergunta:— Onde está o marido de minha mãe?O computador responde com sua voz metálica:— Ele morreu. Mas o seu pai está pescando no Pantanal. Ao transitar pelos corredores do fórum, o advogado é chamado por um dos juízes ao seu gabinete.— Veja só que erro ortográfico grosseiro temos logo na primeira linha desta petição: "Esselentíssimo juiz". Rindo, o magistrado pergunta:— Por acaso isto foi redigido pela sua estagiária?Foi sim, reconheceu o advogado, muito encabulado.— O senhor não avalia a qualidade dos seus estagiários?— Avalio, meritíssimo. Mas neste caso não houve erro ortográfico.O juiz ficou surpreso:— Ora, meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra excelentíssimo?O advogado coça a cabeça. — O senhor recebeu um rascunho por equívoco. A moça fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, e ela queria dizer "esse lentíssimo juiz".Depois disso aquele magistrado nunca mais aceitou, com naturalidade, o tratamento de excelentíssimo juiz. Ele sempre pergunta:— Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento?Padre Antônio Vieira: graças a deus pela escravidão!
Oh se a gente preta tirada das brenhas da sua Etiópia, e passada ao Brasil, conhecera bem quanto deve a Deus e a sua Santíssima Mãe por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgraça, e não e senão milagre, e grande milagre! Dizei-me: vossos pais, que nasceram nas trevas da gentilidade, e nela vivem e acabam a vida sem lume da fe, nem conhecimento de Deus, aonde vão depois da morte? Todos vão ao Inferno, e lá estarão ardendo e por toda a eternidade. Sermão 14 do Rosário, 1633.
Todo homem e composto de corpo e alma; mas o que é e se chama escravo, não e todo homem, senão só metade dele. De maneira, irmãos pretos, que o cativeiro que padeceis, por mais duro e áspero que seja ou vos pareça, não e cativeiro total ou de tudo que sois, senão meio cativeiro. Sois cativos naquela metade exterior e mais vil de vos mesmos, que e o corpo; porem, na outra metade interior e nobilíssima, que e a alma, principalmente no que a ela pertence, não sois cativos, mas livres. Sermão 27 do Rosário.